terça-feira, 7 de agosto de 2007

O EXÍLIO DE CAPELA E A ORIGEM DA HUMANIDADE - Universo Espírita


O Exílio de Capela e a Origem da Humanidade
Há 10 mil anos, num repentino salto evolutivo, surgiram as primeiras civilizações da Terra. Pesquisas espirituais revelam que chegaram milhões de espíritos de um planeta distante, explicando um grande enigma da humanidade.
Por Paulo Henrique de Figueiredo
Gabriel está deitado no confortável divã. O terapeuta senta-se numa cadeira ao seu lado. A temperatura amena e a luz da tarde diminuída por uma leve cortina separando o terraço mantinham no consultório um ambiente agradável. Depois do relaxamento induzido, os passes longitudinais e a imposição de mãos sobre a fronte, Gabriel estava visivelmente em transe, já é a sétima sessão de regressão a vidas passadas dedicadas a identificar as causas de suas crises de pânico. Naquele dia, o transe - estado sonambúlico (veja quadro na pág. 26) - chegou em minutos.- "Estou num grande templo. Vejo corredores, muitas salas e lindas colunas" - comentou o paciente emocionado.- "Quem é você? Que roupa usa?" - perguntou o terapeuta, cuidadoso para não induzir questão alguma.- "Uso uma túnica branca, simples. Pende do pescoço um amuleto. Carrego um bornal com ervas e frascos de osso selados com cera. Ao passar instintivamente as mãos na cabeça noto que está raspada. Caminho no pátio interno da ala secreta. Aqui só entram os iniciados" - explica Gabriel, revendo o Egito Antigo. E continua:- "Abrigado na sombra, examino o lindo jardim interno. Uma série de colunas majestosas rodeia todo o arvoredo. O calor intenso do deserto é amenizado pela complexa irrigação. É um oásis restrito aos sacerdotes. Sementes das mais distantes localidades são cultivadas, estudadas, utilizadas na medicina e registradas em documentos. Ouço vozes claras e tranqüilas. São alguns sacerdotes passando com papiros. Sigo o grupo até uma grande sala. No meio disso assalta-me uma avalanche de imagens... a iniciação rigorosa que enfrentei, as décadas de estudo até me iniciar nos ensinamentos sagrados. Revejo as rotinas da época. A medicina é avançada. Além de remédios e algumas operações cirúrgicas, utilizamos diagnóstico por transe sonambúlico e sonhos, consultamos sábios desencarnados, examinamos as questões psíquicas dos pacientes e dominamos técnicas de cura por manipulação dos fluídos espirituais".
Guerreiros e suas lutas- "Já não estou no mesmo lugar. Caminho na parte alta de um planalto. Abaixo, vejo um rio tortuoso cercado de árvores frondosas e verdejantes. E com ar de superioridade, examino uma pequena tribo. Casas amontoadas, sem espaço entre elas. O acesso é por cima. Lidero os guerreiros de meu povo nômade" - descrevia agora uma outra vida anterior ao Egito. Ele estava na Suméria.- "A barulhenta turba se aquece na fogueira. Saio da tenda carregando um velho pedaço de couro unido pelas pontas, com conchas, pedras polidas de diversas cores e outros objetos simbólicos. Abrindo espaço, espalho brasas na terra. O transe provoca silêncio e atenção. Com uma lenha, desenho um círculo com inscrições. Em seguida, derramo o conteúdo do saco de couro por cima da brasa, revolvendo tudo novamente. À minha volta, todos atentos. Misturando vidência e inspiração de guerreiros desencarnados, indico a melhor hora para atacar, o local exato das provisões e os pontos fracos da tribo que saquearíamos. Depois de cada vitória, entro em crise. O sucesso do ataque representava uma indescritível derrota íntima. Quanto melhor usava meus poderes psíquicos, maior a angústia e o pânico! Anos depois caí no abismo da loucura e morte" - aqui o terapeuta percebe, então, a origem de suas crises de pânico na atual existência.
Uma estranha paisagemEle esfrega o suor das mãos. Movimenta-se incomodado. O rosto reflete assombro, angústia e surpresa. Impondo a mão junto à nuca do paciente, o terapeuta lhe transmite calma. E então ocorre outro mergulho de milhares de anos no passado. O psicólogo questiona: "O que está vendo? Onde você está?". O paciente responde:- "Admiro uma indescritível paisagem. Um céu incomum, mas familiar. É mais avermelhado... Gigantescos prédios em pontas, como agulhas. A luz lembra um forte luar. Tudo reluz sem que se veja a fonte. Embarcações estranhas... Não há palavras para descrever o que vejo. Uma senhora se aproxima. Não tenho medo, percebo sua ternura" - fala com dificuldade, pronunciando uma palavra por vez.- "O que ela está lhe dizendo?" - pergunta o terapeuta dando mais alguns passes.- "É certeza! Estou em outro planeta! A boa senhora fala de uma viagem distante. Vou às lágrimas e ela me consola. Imagens se misturam. Não entendo... Ah, sim! Estou velho e à beira da morte. Minha falecida mãe surge em Espírito, junto à cama. Explica que não vou reencontrá-la no plano espiritual. Esperam-me novas tarefas, desafios e sofrimentos num mundo novo. Choramos juntos. Sinto que ela me abraça ternamente...".O terapeuta encerra a sessão. Desliga o gravador. Com passes transversais ligeiros, o paciente volta à vigília. Gabriel abre seus olhos. Ele não se lembra de absolutamente nada.
A historiografia psíquicaNas regressões, Gabriel - nome fictício - mergulhando no passado, reviu o Egito, e uma de suas primeiras encarnações na Terra, na região da Suméria. Revelou também a sua origem em outro planeta!Aproximando recentes descobertas da ciência, informações mediúnicas e as experiências em estados de transe é possível preencher as lacunas da história do homem.O pesquisador Herminio Miranda esclarece em seu livro A Memória e o Tempo que "regressão de memória é o processo espontâneo ou provocado por meio do qual o espírito encarnado ou desencarnado fica em condições de retornar ao passado, na vida atual ou em existências anteriores, próximas ou remotas". Por 20 anos, Herminio reuniu uma respeitável biblioteca especializada no assunto e, além de uma profunda pesquisa, realizou milhares de experiências com o sonambulismo provocado em pequenos e selecionados grupos.Registros físicos, como papiros e cerâmicas, se desfazem e são raros, mas carregamos para sempre na alma a memória de nossas vidas. Herminio tem um antigo sonho: o da pesquisa historiográfica (arte de escrever a história) com apoio na memória espiritual das pessoas. É a historiografia psíquica. Herminio sugeriu outro nome, arqueologia espiritual. Ele pôde realizar seu objetivo com o resgate da memória de Camille Desmoulins, jornalista cáustico, orador inflamado e um dos participantes da Revolução Francesa (1789). Revelando inegáveis semelhanças, Herminio encontrou o espírito Camille Desmoulins reencarnado no, novamente jornalista, Luciano dos Anjos.Em outras experiências, Herminio foi ainda mais longe. "Entre os encarnados já conseguimos regressões perfeitamente lúcidas até o antigo Egito, numa pessoa que teria vivido ali no tempo da construção da pirâmide de Gizé. Em experiências com Espíritos desencarnados, porém, temos conseguido remotíssimas regressões aos tempos áureos da Atlântida" (ver quadro abaixo), conta em A Memória e o Tempo.
Diálogo com espíritosOutro recurso fundamental para se reescrever a história é a mediunidade. Diversas obras psicografadas são subsídios preciosos para a pesquisa científica. Livros como Evolução em Dois Mundos, de André Luiz, e A Caminho da Luz, de Emmanuel, ambos psicografados por Chico Xavier, oferecem dados preciosos sobre a origem da vida na Terra e os primórdios da civilização. Com espantosa precisão e autenticidade, os Espíritos contam a história do homem antes e durante as primeiras civilizações. Além de seus arquivos psíquicos, eles também pesquisam nas bibliotecas da espiritualidade. No futuro, quando a ciência utilizar essas ferramentas psíquicas garantirá recursos praticamente ilimitados para a pesquisa histórica.A história do homem começa a cerca de 6 milhões de anos, quando aconteceu uma bifurcação entre antropóides (ancestral comum de macacos e o homem) e os hominídeos. A mais importante mudança adaptativa foi a postura ereta. O ancestral aceito como mais antigo é o Australopithecus anamensis, de cerca de 4,1 milhões de anos. Ainda está por se descobrir se o Sahelanthropus tchadensis é um hominídeo ou um gorila fóssil. Sua idade é de 6 a 7 milhões de anos!
Breve história do gênero humanoEm cálculos geológicos, a Terra surgiu há 4,5 bilhões de anos. De acordo com André Luis, em Evolução em Dois Mundos, há 1,5 bilhão de anos apareceram as primeiras células e só por volta de 200 mil anos nossa espécie teve início. Por fim, os registros mais antigos da civilização datam de apenas 6 mil anos. Para se ter uma idéia desse período de tempo, imagine a revista Universo Espírita que está em suas mãos. Ela tem pouco mais de 400 mil letras impressas em suas páginas. Pois bem, se as letras representassem a idade da Terra, as primeiras células teriam surgido da página 77 em diante. A espécie humana teria surgido nas últimas 18 letras da derradeira página, e a civilização somente na última letra da revista! É muito pouco tempo.A evolução dos antropóides ao homem não foi linear. Uma grande variedade de espécies foi surgindo e se extinguindo no decorrer de milhões de anos. Um exemplo são os comedores de vegetais Robustus, com seus grandes molares e fortes músculos. Há 2 milhões de anos, eles conviveram na África com o Homo habilis, primeiro do nosso próprio gênero, o homo. A grande árvore dos hominídeos foi se ramificando, o galho que finalmente sobrou foi a nossa espécie, Homo sapiens, com menos de 200 mil anos. Na Europa, os Neanderthais estiveram lado a lado com os Homo Sapiens até serem extintos há 30 mil anos.Segundo o Espírito Emmanuel, essas diversas espécies foram utilizadas pelos Espíritos condutores de nosso planeta para testar e aperfeiçoar o organismo humano. "As entidades espirituais auxiliaram o homem do sílex, imprimindo-lhe novas expressões biológicas. Extraordinárias experiências foram realizadas pelos mensageiros do invisível. (...) Até que um dia as hostes do invisível operaram uma definitiva transição no corpo perispiritual preexistente, dos homens primitivos, nas regiões siderais e em certos intervalos de suas reencarnações", afirmou Emmanuel em A Caminho da Luz.
A Origem comum na ÁfricaRecentemente, a genética literalmente mudou o rumo da história. Dois pesquisadores norte-americanos, Rebecca Cann, antropóloga da Universidade de Berkeley, na Califórnia, e Alan Wilson, bioquímico da mesma universidade, fizeram uma extraordinária descoberta, publicada num artigo da revista britânica Nature. A partir da análise genética da placenta de mulheres etnicamente diversas foi construída uma árvore genealógica de seus ancestrais comuns. O resultado foi surpreendente. Toda a população da Terra, mais de 6 bilhões de habitantes, descende de um pequeno grupo de negros africanos de140 mil anos - e este período de tempo não é suficiente para estabelecer qualquer alteração biológica ou de inteligência importantes na população humana atual.A partir do grupo original, os Homo sapiens migraram pelos continentes dando origem às diversas etnias. Por volta de 40 mil anos atrás, eles percorreram grandes distâncias. Alguns deles caminharam para a China, originando os povos de cor amarela. Outros, segundo Emmanuel, povoaram continentes perdidos como Atlântida e Lemúria (veja quadro na pág. 27), e as Américas. Outra parte migrou para o Oriente Médio, dando origem aos povos de cor branca. As diferenças étnicas e biológicas, geneticamente triviais, estão relacionadas às condições ambientais, os hábitos alimentares e a separação desses grupos por algumas dezenas de milhares de anos.
Espíritos de outro planeta chegam à TerraPara a ciência atual, vários enigmas estão sem solução. Um deles é o rápido surgimento das civilizações há 6 mil anos. O Homo erectus viveu pelo mundo durante 2 milhões de anos até sua extinção, dez vezes mais tempo que a nossa espécie. Eram caçadores e consumiam muita carne vermelha. Eles cooperavam entre si, comunicavam-se por gestos, conheciam os padrões migratórios dos rebanhos. Desenvolveram machadinhas lascando pedras - o interessante é que essas ferramentas foram utilizadas praticamente sem modificações por um milhão de anos -, e nossa própria espécie, Homo sapiens, fez poucas evoluções desde 200 mil até por volta de 10 mil anos.A ciência oficial não tem explicações, mas os textos mediúnicos e as regressões de memória revelam uma causa surpreendente: o salto evolutivo da humanidade foi realizado com a ajuda de espíritos expulsos de um planeta que passava por transformações morais.A tradição dos primeiros povos e os registros espirituais, como revelou Emmanuel em A Caminho da Luz - obra cujo subtítulo é exatamente A história da civilização à luz do Espiritismo -, localizam esse orbe no sistema da estrela Capela ou Cabra, da constelação de Cocheiro. "Há muitos milênios, um dos orbes de Capela, que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos. As lutas finais de um longo aperfeiçoamento estavam delineadas, como ora acontece convosco, relativamente às transições esperadas no século 20. Alguns milhões de espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral, dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijaria daquela humanidade. Aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsiona, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores", esclareceu Emmanuel, no livro acima citado.
Os exilados de CapelaHá mais de 10 mil anos, a maioria desses milhões de espíritos reencarnou, progressivamente, no grupo humano de cor branca da região que posteriormente seria conhecida como Pérsia - atualmente Irã - até os limites das montanhas do Pamir e do sul da Rússia. Esse grupo ampliou a agricultura de grãos, criação de animais, construção de casas, difundiu uma diversidade de objetos e ferramentas, a escrita e os cultos religiosos.Além de ciência, filosofia e religião, os exilados de Capela trouxeram terríveis paixões em sua bagagem. A maioria dos capelinos usou seu conhecimento para dominar os povos primitivos, estendendo por milênios esses hábitos derivados do egoísmo e orgulho - causas originais da índole rebelde e do exílio de Capela.Aos poucos eles se dividiram em tribos, respeitando os grupos sociais aos quais pertenciam em Capela. Naturalmente ocorreu uma explosão demográfica, e eles migraram pelos continentes encontrando outros humanos que lá habitavam. As figuras bíblicas de Adão e Eva simbolizam esses acontecimentos, pois quando expulsos do paraíso, povoaram a Terra, momento em que seus descendentes encontraram outros povos.Os espíritos exilados deram origem a quatro principais grupos: as castas da Índia, a civilização do Egito antigo, os arianos dos povos indo-europeus e o povo de Israel, os hebreus. Além disso, povoaram a Suméria (região sul da Mesopotâmia), e alguns reencarnaram na China milenar, entre outras nações. Foram eles os responsáveis por dar um grande impulso no conhecimento para toda humanidade.
A história do Povo HebreuAté 1200 a.C. o que se sabe sobre a história do povo hebreu está relatado no Velho Testamento. A mais antiga referência a eles está em Gênese 14:13, onde lemos Abrão, o hebreu. No original está escrito ivrit, palavra hebraica que significa "aquele que passa", nômade ou viajante. Pode ser também uma referência à passagem do politeísmo ao monoteísmo. Além da Bíblia, não há muita referência sobre a origem do povo hebreu, mas existem especulações. Ponto pacífico é que os hebreus originaram-se das tribos semitas que se espalhavam pela Mesopotâmia (toda região entre o Tigre e Eufrates). Só que aí começa a profusão de hipóteses. Enquanto alguns historiadores apontam que grupos dessas tribos invadiram a Suméria, outros dizem o contrário - que foram os sumérios que dominaram as tribos. Enfim, a historiografia psíquica poderia auxiliar no esclarecimento dessas conjecturas.De acordo com a Gênese, o povo hebreu caminhou desde Ur - atual sul do Iraque - até Canaã, hoje Palestina (ver Gênesis 11:31 e cap. 12). Nessa viagem eles atravessaram o deserto da Arábia. Emmanuel afirmou: "Dos espíritos degredados na Terra, foram os hebreus que constituíram a raça mais forte e mais homogênea, mantendo inalterados os seus caracteres através de todas as mutações". Os hebreus são considerados o primeiro povo a estabelecer uma religião monoteísta no mundo.
Os Árias percorrem a EuropaO ramo dos arianos dividiu-se em dois grupos. Parte caminhou para a Europa e outra invadiu a Índia, dominando seus habitantes originais.Os primeiros formaram os povos indo-europeus, os latinos, os celtas, gregos, germanos e eslavos. São povos cuja descendência encontra-se em constantes conflitos até hoje. Esses grupos de capelinos estavam desinteressados das questões religiosas e revoltados com seus exílios e, inicialmente, descuidaram de registrar seu desenvolvimento histórico. De acordo com Emmanuel, em A Caminho da Luz, eles chegaram à Europa 10 mil anos antes de Cristo, apesar dos registros materiais datarem de 4 mil anos - fato que até hoje confunde pesquisadores. Eram defensores da liberdade, mas descrentes e desiludidos. O ceticismo dos arianos foi a base do pensamento materialista e da obsessão por ouro e tecnologia de nossos tempos.Os árias demoraram milênios para recuperar seus impulsos religiosos. Revoltados, realizavam terríveis sacrifícios humanos. Tempos depois, os celtas retomaram o culto a Deus, simbolizado pelos carvalhos, montanhas e mar. Os grandes sábios desse povo eram os druidas (ver quadro na página 28). Exatamente entre eles nasceu Allan Kardec, Léon Denis e outros que futuramente iniciariam o Espiritismo.
O Espírito da ÍndiaA parte dos arianos que ocupou a Índia eram nômades guerreiros. Vieram com armas de bronze, cavalos e carros de guerra, destruindo e dominando o povo de pele escura nativo, conhecidos como drávidas. Os arianos dominaram pela superioridade militar, mas também pelo seu vigor cultural e religioso. Como na Europa, o sacrifício era o ponto alto de seus rituais.Os arianos dividiram a sociedade em quatro grupos de castas com diversas divisões baseadas em ocupações especializadas. Os sacerdotes brahmins formaram a mais elevada; seguidos pelos guerreiros ou nobres, kshatriyas; a terceira foi a vaishyas, camponeses e comerciantes; e por fim a mão de obra, os shudras. A condição social era hereditária. Mas então surgiu o pior. Os não arianos - os nativos - foram classificados como excluídos ou intocáveis, os harijans, ou párias. "Estas castas não se constituíam num sentido apenas hierárquico, mas com a significação de uma superioridade orgulhosa e absoluta. As fortes raízes de uma vaidade poderosa dividiram os espíritos no campo social e religioso", explicou Emmanuel.O preconceito relegou os párias como impuros e intocáveis. Eles eram espancados e até mortos se, por exemplo, a sua sombra tocasse um ariano. Por isso usavam sinos ou gritavam para avisar sua aproximação. Sua função na sociedade restringiu-se a varrer, limpar fossas, carregar os mortos. É terrível, mas, apesar da ilegalidade, ainda hoje seus descendentes são duramente marginalizados.Contudo, o grupo indiano dos capelinos também tinha qualidades. Entre eles vieram muitos sábios, profetas e iniciados. Esse povo deu base às religiões e filosofias futuras. Considerados os mais antigos escritos sagrados do mundo, os Vedas e as Upanishads - textos védicos complementares, escritos no século 6 a.C. - que enfocam as questões filosóficas, morais e a meditação. São hinos de grande esperança e espiritualidade que até hoje merecem estudos. Os mestres ensinavam a libertação da roda de reencarnações (sansara) pela transformação íntima da alma (atman), unindo-se à força sagrada que vive em todos os seres do Universo, o brahman. Nessa época também nasceu o Budismo. De acordo com Emmanuel, Buda foi um dos "enviados de Jesus ao plano material, para exposição de suas verdades salvadoras". Outros discípulos foram enviados, como Confúcio e Lao-Tsé (China), Zoroastro (Irã), Moisés (hebreus), Krishna (Índia), Sócrates e Platão (Grécia). Muito antes, no século 14 a.C., o faraó Akhenaton, enfrentando a corporação dos sacerdotes, promoveu uma reforma religiosa similar no Egito. Propôs o Deus único e uma moral próxima da cristã. Até então, a religião egípcia era marcada pelo poder, comércio e exploração de seu povo.Abandonado em seus sonhos, Akhenaton acabou derrotado e solitário. "Tudo voltará a ser como antes. O medo, o ódio e a injustiça voltarão a reinar e as criaturas sofrerão de novo", teria dito o faraó antes de sua morte, conforme relato no livro Arquivos Psíquicos do Egito, de Herminio C. Miranda. Livro este que também utilizou o transe do sonambulismo provocado para resgatar verdades históricas.
A fantástica Civilização do NiloApesar disso, os espíritos exilados de Capela que povoaram as margens do rio Nilo estavam entre os mais dedicados à verdadeira sabedoria. Em alguns milênios, estabeleceram seus impérios, desenvolveram tecnologias, exploraram a escravidão, mas também ofereceram trabalho, abrigo e alimento para diversos povos; estabeleceram templos onde civilizações futuras assimilaram em parte sua cultura, filosofia e conhecimentos espirituais. Os sábios da Grécia, como Pitágoras, Platão, Hipócrates e Heródoto, foram aprender com os iniciados egípcios antes de estabelecer suas ciências. Moisés, figura fundamental do povo judeu, foi iniciado nos templos do Nilo.Os sábios egípcios, porém, sabiam que seus conhecimentos eram precoces para este planeta. A doutrina secreta foi protegida por uma rigorosa iniciação, escolhendo os candidatos em condições de preservar os segredos. Eram provas de coragem e fé. Fogo, água, solidão, abismo, escuridão e abstinência sexual testavam os aspirantes. Depois de décadas de estudo, alguns iniciados tinham acesso à ciência sagrada.Mas de que trata a doutrina secreta? É simples. Ela foi parcialmente anunciada por Moisés, depois revelada por Jesus. Hoje está esclarecida pela revelação espírita. Nada mais é oculto. A doutrina dos egípcios era a dos espíritas. Conheciam o mundo espiritual, reencarnação, magnetismo animal, perispírito, evolução dos mundos, e a história de Capela.O magnetismo e a mediunidade - inclusive quanto à sua utilização pela psicologia, medicina, pedagogia e outras ciências - hoje ainda engatinham frente às complexas técnicas utilizadas pelos sacerdotes egípcios.A maioria dos capelinos egípcios, depois de registrar nas pirâmides, papiros e templos parte de sua doutrina, retornou à Capela. No entanto, alguns ficaram somando-se aos trabalhadores de Jesus para restabelecer a verdade. O império egípcio foi imitado por outras civilizações, como Roma, Inglaterra e atualmente os Estados Unidos. São estruturas orgulhosas que precisam ser revistas para se adequar à fraternidade - base fundamental da humanidade futura.
O futuro da HumanidadeAos poucos, os espíritos exilados de Capela e os nativos da Terra promoveram uma miscigenação espiritual. Certamente, alguns sacerdotes brahmins renasceram párias. Já não faz sentido distinguir as pessoas pela cor, ocupação ou condição social. Todos pertencem à humanidade universal.Não basta evolução tecnológica e de instrução, uma civilização só estará completa pelo desenvolvimento moral. "Vocês acreditam ser mais adiantados pelas suas grandes descobertas, maravilhosas invenções, por morar e se vestir melhor do que os selvagens. Todavia, não podem verdadeiramente se chamar civilizados senão quando houver banido de sua sociedade os vícios que a desonram e quando viverem como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então, serão apenas povos esclarecidos, tendo percorrido somente a primeira fase da civilização", explicaram os Espíritos, em O Livro dos Espíritos. Jesus encarnou na Terra para esclarecer essa verdade, superando os equívocos das primeiras civilizações. O Espiritismo surgiu para retomar as idéias do mestre.A solução parece simples. A chave do progresso individual está na máxima "conhece a ti mesmo"; e os deveres sociais no preceito de amor ao próximo ensinado por Jesus. Depois Kardec explicou que a prática dessa sabedoria se dá pela caridade. É apenas isso.Logo, nosso mundo passará por uma transformação como aquela que ocorreu há 10 mil anos no orbe de Capela. "O coração e o amor têm de caminhar unidos à ciência. Sim, meus filhos, o mundo está abalado. Dobrai-vos à rajada que anuncia a tempestade, a fim de não serdes derrubados. (...) A revolução que se apresenta é antes moral do que material", esclareceu o Espírito Fénelon, em O Evangelho Segundo o Espiritismo. Infelizmente, aquele que insistir em seus defeitos vai continuar sua evolução num outro local. Serão muitos os exilados da Terra! Sua tarefa será estabelecer a civilização num distante planeta primitivo, orbitando uma entre bilhões de estrelas que vemos no céu.
Fonte: https://ssl135.locaweb.com.br/universoespirita2/revista/clipping_detalhe.asp?cng_ukey=38759221715DIJ88GC

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